Sexta-feira, 21 de Dezembro de 2007
Jaques Gonçalves e a simpatia natalícia


Para quem não sabe, Jaques Gonçalves é o Presidente do Grupo Impala. Para quem também não sabe o que é o Grupo Impala, é nada menos que o proprietário de diversas publicações de qualidade reconhecida internacionalmente, por exemplo: Focus, Maria, Nova Gente, Vip, TV 7Dias, Segredos de Cozinha, Mulher Moderna, Crescer, Boa Forma, 100% Jovem e ainda A Próxima Viagem. Bem se vê, edições para a nata da intelectualidade nacional.

O problema é que, aparentemente, nem a intelectualidade nem a mediocridade nacional reconhecem a estas publicações o seu justo valor. Daí, o Grupo Impala encontra-se em periclitante situação económica.

Culpa? Naturalmente, os mesmos de sempre. Os trabalhadores do Grupo Impala que, como é óbvio, tal como todos os outros trabalhadores, denotam "falta de profissionalismo (...), em prejuízo dos demais e das empresas"
não fazem nada e só pensam no seu salário exorbitante, que ainda por cima devem querer aumentar.

Mas Jaques Gonçalves é magnânimo. Pensa em tudo, e decidiu aproveitar a época natalícia, porventura porque os seus trabalhadores se juntaram a toda a família, podendo então conjuntamente debater os seus pecados laborais, para anunciar a falta de dedicação dos pérfidos "colaboradores".

Claro está, Gonçalves é justo e não absolutista, pelo que não atribui a todos as mesmas culpas. Por exemplo, a si próprio não atribui culpa alguma. Nem sequer por só criar publicações abaixo do medíocre, para as encerrar de seguida, contratando e despedindo como quem muda de camisa. Naturalmente, a culpa não é sua, é do povo que não quer ler o que de melhor se publica no país.

Toda a sua justeza se manifesta na sua ira divina, quando anuncia que por quem trabalha mal pagará quem trabalha bem, em suma, "que pagará o justo e o pecador".

Essencialmente, todos os seus justos trabalhadores pagarão pelos pecados do seu patrão.

PS: O meu "patrão" é muito melhor, deu-me quatro prendas este Natal. Um saco, uma t-shirt, um guarda-chuva e ainda um pin. Tudo chiquérrimo. Já me estou a ver dia 25 a causar sensação quando for exibir-me no Dolce Vita.




Essencialmente, para o que me for apetecendo. Ideias sobre a sociedade, coisas da sociologia, análise de questões políticas... Comentários à actualidade, assuntos pessoais relativizados e quando me apetecer, também dá para chatear alguém.
Sociólogo, 28 anos, residente em Coimbra. Bolseiro de investigação na área do insucesso e abandono escolares no Ensino Superior. Mestrando em "Relações de Trabalho, Desigualdades Sociais e Sindicalismo".
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