Sábado, 22 de Dezembro de 2007
O Alegre paladino das liberdades
Manuel Alegre, o extraordinário, o avatar republicano, o glorioso, o paladino dos direitos, liberdades e garantias, o bastião da cidadania, o defensor incansável dos fracos e oprimidos, aquele a quem ninguém cala, o magnânimo, o guerreiro da democracia, o clarividente poeta de Abril, o pesadelo da partidocracia, o vigoroso crítico do autoritarismo, o luminoso independente, enfim, o semi-deus da República Portuguesa...
Alegre é tudo isto e muito mais. E mostra-o peremptoriamente, intervindo na discussão do Orçamento de Estado para 2008, na Assembleia da República.
Terá criticado o encerramento de serviços de saúde? A substituição de bolsas de estudo por empréstimos? O autoritarismo do Governo? O miserável estado da economia? Os ataques aos direitos dos trabalhadores?
Não. Tais questões não são dignas do Grande Alegre. A sua atenção dirige-se a preocupações muito mais graves. Vejam por vós mesmos.
PS: Não é novidade, foi há já um mês. No entanto, por um lado pelo ridículo da situação, pela fraude que representou o voto neste indivíduo para tantos, e porque ontem à noite falei desta intervenção na Assembleia com dois defensores do espécime, decidi escrever este artigo.