Com a publicação do último relatório da Entidade Reguladora da Comunicação Social, lá vieram os araútos do costume (tentar) desmentir o indesmentível.
Com base no quadro anterior, vem um dizer que os números não mentem, e que bem se verá que o Bloco de Esquerda não é nada, nada, nada beneficiado pela comunicação social, "a verdade dos números" mostra que no que toca a notícias o BE "tem três vezes menos que o PCP", retorquindo o outro que "a famosa conversa sobre o Bloco ser levado ao colo pelos jornalistas não tem nada a ver com a realidade".
Claro que os números, despidos de qualquer contextualização, mostram realmente isso mesmo. Não deixa de ser interessante que alguns que até chamariam a atenção de que os números não podem ser lidos desligados de uma análise mais vasta da realidade, agora não vejam necessidade de o fazer.
A questão não se limita ao simples número de notícias, embora até aqui se pudesses referir algumas questões, como as referidas aqui e aqui, entre outras. Muito menos se prende com as votações, como referido num dos acima citados, porque notícias não são tempos de antena.
Os tempos de antena são em função de votações. As notícias, no entanto, são em termos de actividade política. Duvido que não saiba...
E em termos de actividade política, só mesmo a brincar é que se poderá insinuar que a do BE se aproxima do PCP.
Embora, provavelmente, seriam capazes de o dizer sem grande dificuldade. É aí que entra a questão da seriedade e honestidade de uns, e a falta das mesmas noutros...